Nesta que é sua primeira narrativa escrita em francês, Milan Kundera, autor de A insustentável leveza do ser, volta a investigar os limites do romance, mesclando ficção e especulação metafísica, a exemplo de mestres da Ilustração como Voltaire e Diderot.
Integrando diversos personagens em planos múltiplos - o próprio autor e sua mulher, um entomólogo tcheco, os personagens de uma novela libertina do século XVIII, o "dançarino" -, Kundera propõe, em A lentidão, uma discussão a um tempo profunda e prazerosa sobre a dificuldade de apreensão do real ante a velocidade da vida moderna, a memória e o esquecimento, o clima frenético de hoje e uma época em se podia retardar o movimento em favor da fruição.