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Melhores poemas José Paulo Paes

Melhores poemas José Paulo Paes

Sinopse

José Paulo Paes foi a antítese do poeta derramado. Irônico, por vezes de uma ironia perversa, indignado, angustiado, brincalhão, soube expressar, como poucos poetas, ironia, indignação, angústia e atitudes lúdicas em poemas breves, brevíssimos, plenos de humor, aproximando-se da síntese dos haikais. Nem sempre foi assim. A obra de miniaturista resulta de uma longa depuração. Em seus primeiros livros, o poeta revela gosto pelas formas poéticas mais longas, com uma leve queda pelo soneto. A preferência pela síntese se acentua nos Epigramas (1958), mas só se realiza plenamente em Anatomias (1967), livro em que "o epigrama e o ideograma se deram as mãos" (Augusto de Campos), por vezes em soluções jocosas, como "Epitáfio para um Banqueiro" ou "Cronologia". Em Meia Palavra (1973), o poeta se torna ainda mais conciso, sintetizando grandes questões em poemas mínimos. Um exemplo, no qual o título é maior do que o poema, encontra-se em "O Vagido da Sociedade de Consumo", que se resume ao verso "consummatum est!". O processo se aguça em Resíduos (1980), em que a nota humorística não raras vezes se transforma em sarcasmo, como em "Epitáfio para Rui": "...e tenho dito/ bravos!/ (mas o que foi mesmo que ele disse?)". A partir de A Poesia Está Morta mas Juro que não Fui eu (1988) e sobretudo nas Prosas Seguidas de Odes Mínimas (1992), por necessidade confessional, bastante discreta, o poeta cede à tentação dos poemas mais longos (aliás, menos curtos), mas nos quais palpita uma comoção, um quê de pungente, ignorado nos epigramas. O poeta se encaminha para a fase final de sua trajetória, angustiado pela vida vivida, inquieto ante a morte, preocupações expressas nos poemas levemente dramáticos das "Socráticas", como "Preparativos de Viagem", onde há este verso revelador: "Ele próprio se sente um pouco póstumo quando conversa com gente jovem".

Autor

José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, interior de São Paulo, em 22 de julho de 1926. Sempre foi um apaixonado por livros. Estudou Química e trabalhou em um laboratório farmacêutico por muitos anos. Um dia resolveu escrever poesias, primeiro para os adultos e depois para as crianças. Esqueceu a Química e descobriu a magia da poesia infantil, aprendeu a brincar com as palavras e escreveu muitas poesias maravilhosas para as crianças. Depois de abandonar a Química, trabalhou por 25 anos com edição de livros e traduções. Morreu em 1998, aos 72 anos. Pela Global Editora tem publicadas as seguintes obras: Em Tempo Escuro, a Palavra (A)clara, Histórias do Brasil na Poesia de José Paulo Paes e Melhores Poemas José Paulo Paes com seleção e prefácio de Davi Arrigucci Júnior. Colaborou com a editora selecionando e prefaciando Melhores Poemas Augusto dos Anjos. Também traduziu os livros da Coleção Vida Nova: Ecologia,Tempos de Paze Tempos de Vida e participou das antologias Pois é Poesia e Traço de Poeta.