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A

A "construção" de Chico Buarque e o sofrimento psíquico do trabalhador

Sinopse

O Ato Institucional número 5 foi baixado em uma sexta-feira 13, em dezembro de 1968 (até então, Chico não havia conhecido a censura do novo regime – uma única música sua havia sido "proibida") (Zappa, 2016, p. 85). Foi quando precisou começar a mandar suas músicas para Brasília para serem "aprovadas" (Zappa, 2016, p. 62). Recorda Chico: "Um belo dia, acordo com a polícia no meu quarto. O AI-5 foi dia 13 de dezembro, isso foi lá pelo dia 20, antes do Natal. Aí me levaram. [...] Eles perguntavam umas coisas horrorosas. Diziam: 'O que é que você estava fazendo na passeata de braços dados com aquele crioulo sujo do Gilberto Gil?'" (Zappa, 2016, p. 85-86). Em janeiro de 1969, Chico pediu autorização para deixar o país por dez dias. Ele e Marieta, grávida de sete meses na época, iriam para a Europa (o cantor realizaria um show na França e lançaria um disco na Itália). Lá, ficaram sabendo das prisões de Gilberto Gil e Caetano Veloso e, aconselhados pela família e amigos, permaneceram na Itália por 14 meses: onde nasceria Sílvia, sua primeira filha (Zappa, 2016, p. 89-90). A vida do casal na Itália não foi nem um pouco fácil. Resolveram voltar ao Brasil em março de 1970. "Vim lançar esse disco confuso", conta Chico (Zappa, 2016, p. 94). E esse "disco confuso" é "Construção", que marca um momento histórico que parece vivo até hoje.