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Artérias do deserto

Artérias do deserto

Sinopse

Onde começam as artérias e os desertos? Ontem e amanhã são os espaços fictícios nos quais estes poemas tentam chegar por meio de pulsações vigorosas e secas. Artérias desejantes que falham durante o caminho de irrigação de corpos frágeis apaixonados por memórias e imagens. Deserto, terreno árido e antigo; local do nascimento de uma subjetividade que não se conhece e não se habita, amedrontada pela impossibilidade de morrer e religiosamente antagonista ao reino de deus que lhe foi prometido. Nestes dois momentos, que poderiam ser um só, o tempo, o gênero, a poesia e, enfim, as palavras, vacilam, porém não cessam na busca de um contorno para os sentimentos. Perguntas e vozes intrusivas penetram a cadência dos versos questionando um eu-lírico que não se circunscreve, um "eu" que não se acredita eu, desconhecido, ausente, descomprometido e desconfiado das certezas. Os poemas não foram ordenados intencionalmente para que haja distinção clara entre as artérias e o deserto. Logo, veremos artérias estruturadas por sensações e lembranças primitivas constantemente em fluxo. Neste deserto molhado de vontades, vibram dúvidas por se assumir vivo ainda que todos o vejam morto. O projeto é apresentar as muitas artérias, veios, caminhos que foram traçados pelo vento de forma aleatória, mas não tão aleatória assim, para compor um deserto desesperado que pretende ser visto, e abandonado para sua própria autoconservação.